Porque há datas que nunca esqueceremos.....

Olá amigos e seguidores,

 

Há inúmeras datas que permanecem na nossa memória pelos mais diversos motivos, nascimento, batizado (sim, eu sei a minha), namoro, casamento, etc. Muitas delas marcam-nos pela positiva, mas outras pela negativa. Mas será que de tudo isto nõa poderemos extrair uma lição? Julgo que sim! Ora vejamos....

Hoje dia 2 de Dezembro, é um dia que para mim e para os meus ficará para sempre na nossa memória. Faz hoje precisamente 3 anos recebi a notícia de que tinha cancro. Segui-se um entorpecimento, a sensação do "chão a fugir debaixo dos pés", algo inexplicável.... Na casa dos meus pais havia choro, o meu choro inconsolável, as lágrimas que não conseguia conter, mas havia também uma família reunida, muito unida e cheia de força para me dar! Choviam telefonemas, as pessoas não sabiam o que dizer. De cabeça erguida iniciei uma batalha, a MINHA batalha!

Quando tenho consultas com a Prof.ª Maria João Cardoso (médica que me operou), conversamos sobre várias coisas, uma delas o tempo que já passou e ela sabe que eu tenho as datas todas presentes na minha memória: a data da biópsia (coincide com o aniversário de uma grande amiga), a data da comunicação da doença, a data da cirurgia, etc.... (memória de elefante, dizem alguns)! Pois bem, a teoria dela vai no sentido de que com o tempo eu vou esquecer as datas....! Lamento se desiludo alguém, mas esta data eu nunca irei esquecer e sabem porquê? Porque MUDOU COMPLETAMENTE A MINHA VIDA!!!!!! Tal como me disse a Dr.ª Margarida Damasceno, minha oncologista, da adversidade, conseguimos tirar sempre algo de positivo! Pode não ser no imediato, mas o tempo se encarregará de o fazer! E não é que é verdade? Não vou dizer que foi algo agradável (impensável), mas foi algo que cada vez mais me faz rever a minha forma de estar na vida e perante a mesma. Depois disso muita coisa mudou, as amizades, a maneira de encarar a doença, entre tantas outras coisas que guardo só para mim! ;) Hoje eu sei que a palavra cancro, nem sempre anda de mãos dadas com a morte, que tem de haver fé, esperança e muita, muita força.

Por isso, hoje eu proponho um brinde a mim, à minha teimosia (que me ajudou em momentos tão difíceis), às minhas lágrimas e ao meu sofrimento, os quais eu sei que não foram em vão, às minhas conquistas, à minha vitória e ao caminho percorrido! Hoje e apesar de tudo sou FELIZ! Tchim, tchim....

Beijos